domingo, 19 de fevereiro de 2012

PLUS SIZE - Enfrentando o Bullying


Hoje no CWB Plus Size vou tratar de um assunto que se tornou pauta de muitos veículos de comunicação na última década e que certamente é do interesse das nossas leitoras, em especial as que já têm filhos: o Bullying. Caso alguém ainda não tenha ouvido falar, bullying é a definição para qualquer comportamento agressivo de um aluno ou um grupo de alunos para um ou mais colegas específicos e que se repita frequentemente. Sabe quando um aluno é apelidado, agredido ou ameaçado quase todos os dias por colegas mais populares ou mais fortes? Isso é bullying.

Antes da década de 2000, o assunto não tinha muita evidência. Hoje em dia, pelo contrário, parece ser até supervalorizado pela sociedade, sendo responsabilizado por quase tudo de mal que acontece às crianças na escola. O bullying já está se tornando bode expiatório para pais desinteressados e escolas despreparadas, ou seja, está levando culpa demais. Mas isso não quer dizer que ele não seja um assunto sério.


Bullying - Provocação sem Limites
Cena do filme "Bullying - Provocação sem Limites", de 2009.

De acordo com a psicóloga Daisy Neves, que trabalha no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e estudou o bullying como tema central do seu projeto de Pós-Graduação em Psicopedagogia, o jovem que sofre com essa situação pode sentir consequências pro resto da vida. “a criança se sente valendo menos que os outros, frustrada. Isso pode desenvolver uma insegurança que vai ser vista também durante sua vida adulta”.

Não há o que questionar: bullying é um problema que gera outros problemas. O que normalmente está errado é a forma de encará-lo. Muitos pais, por falta de tempo, simplesmente ignoram o caso, culpam a escola ou mandam seus filhos a psicanalistas e psiquiatras, esperando que essa atitude por si só resolva tudo. As escolas, por sua vez, enfrentam diversos outros problemas, como falta de recursos quando a escola é pública e a contratação de professores capacitados quando é particular, e por isso dificilmente conseguem dar a atenção necessária para o bullying.

Mas, segundo Daisy, é necessária uma atitude de ambos os lados. “os professores precisam prestar atenção, principalmente na hora do intervalo, quando todos os colegas estão juntos e interagindo. Depois de identificar o problema, o professor deve tentar resolvê-lo junto aos pais e psicopedagogos caso a escola tenha algum”, explica. A função dos pais, nesse caso, é dar apoio à auto-estima do filho que sofre de bullying. “É importante incluir a criança em outros grupos, colocando-o em alguma atividade diferente, como por exemplo um esporte”, aconselha. Os pais de filhos que praticam bullying também devem agir, buscando as causas daquela atitude e explicando que isso é errado.

Em um caso específico de bullying em pessoas acima do peso, a criança pode sentir-se incapaz de emagrecer. Para estimulá-la, os pais devem dar exemplos de atitudes saudáveis no seu próprio dia-a-dia. “Trabalhei em um caso em que toda a família mudou os hábitos alimentares e começou a praticar atividades físicas para ajudar a criança”, conta Daisy. Pais que se esforçam para ajudar o filho e se interessam em participar da sua vida têm a chance de reverter os efeitos do bullying, permitindo um desenvolvimento mais saudável dos filhos. Uma atitude de pais e de escolas juntos, sem que nenhum dos lados fuja da responsabilidade e nem deixe a criança desestimulada a agir de forma positiva é a melhor solução.

Entrevista: Jéssica Luisa Teixeira
Texto: Leonardo Schenato Barroso


E você, leitor do Curitiba Plus Size, já sofreu com esse tipo de situação ou já presenciou alguém sofrendo? Gostaríamos dos seus relatos! =)

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