segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O valor nutritivo das sementes -Parte I (Quinua e amaranto)


Olá pessoal!

Hoje vamos falar sobre o valor nutritivo das sementes!

Quinua: A Quinua (Chenopodium quinua; Amaranthaceae) é uma planta nativa da Colômbia, Peru e Chile, que produz um grão considerado muito importante à alimentação e à vida do homem no altiplano andino.
Originária das alturas dos Andes e conservada por quechuas e aymarás, com suas 3.120 variedades, a quinua pinta o arco-íris nas áreas de cultivo sendo a Bolívia o seu maior produtor mundial.
A Bolívia tem também o maior banco de grãos do mundo. Uma fundação custodia este que é o tesouro herdado dos povos indígenas, que conhecem a quinua há aproximadamente 10 mil anos e asseguram que, sem ela, a vida humana seria impossível no altiplano.
Um dos principais impulsores da revalorização do consumo da quinua, Humberto Gandarillas (1920-1998), acreditava que a domesticação da planta na meseta andina tenha de fato uns 10 mil anos. Seu consumo habitual foi comprovado pelos arqueólogos, ao encontrarem quinua nas ruínas pré-hispânicas.
Após a invasão espanhola, os alimentos autóctones, como a quinua, o amaranto e a maca, caíram paulatinamente em desuso e foram substituídos pelos grãos consumidos na Europa, como o trigo e a cevada.

Porém os agricultores andinos conservaram as sementes e continuaram seus cultivos em pequenas parcelas de terra, sabendo da enorme riqueza que encerra a quinua.
Somente no último terço do século XX, os bolivianos redescobriram o valor do grão. A partir de estudos científicos e do melhoramento de algumas variedades - como a quinua sajama - verificou-se uma grande expansão, tanto do seu cultivo como do seu consumo no país.
No Brasil, as pesquisas com a quinua começaram na década de 1980, pela Embrapa, na sua unidade de Brasília, obtendo-se ótimos resultados. Atualmente, agrônomos, engenheiros de alimentos, nutricionistas e outros profissionais da gastronomia pesquisam cada vez mais a quinua, inclusive procurando adaptá-la ao solo de cerrado brasileiro, principalmente no estado de Mato Grosso.
Resultados das pesquisas mostram que o Brasil apresenta um enorme potencial para produzir a quinua na região central, mais árida - pois a planta não exige muita chuva e pode ser cultivada na entressafra da soja - bem como nas áreas mais altas e frias da região sul.
A quinua também apresenta um bom resultado como cultura de verão nas entressafras; por ser botanicamente diferente das espécies nativas, é mais resistente às pragas e doenças que ficam nos restos de cultura e plantas espontâneas, diminuindo seu impacto negativo.
Pesquisas feita pelo Departamento de Nutrição da Universidade de São Paulo, em parceria com a Embrapa, comparando a quinua andina com a produzida aqui, comprovaram um perfil de proteínas de 90% em ambas.
A quinua brasileira contém mais fibras - 13% contra 8,5% da andina. Os resultados indicam grandes semelhanças genéticas com a original, prometendo um futuro promissor para o cultivo no Brasil.
Cada 100 gramas de quinua contêm 15 gramas de proteínas 68 g de carboidratos, 9,5 mg de ferro, 286 mg de fósforo, 112 mg de cálcio, 5 g de fibras e 335 kcal. A composição pode variar um pouco, em razão da diversidade de sementes.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a quinua é um dos alimentos mais completos que existem.
Novas pesquisas da planta mostram que a mesma tem o poder proteico do leite materno. A quinua não contém glúten. A quinua pode substituir o trigo na produção de farinha, a soja na produção de óleo, o milho para biodiesel e o arroz na alimentação.

Amaranto: O amaranto é conhecido em vários países há muito tempo, porém, aqui no Brasil não faz muito tempo que começamos a falar sobre esse grão altamente nutricional. As pesquisas realizadas com o amaranto começaram por volta de 1996 e a partir daí começou o seu cultivo no Brasil.
O grão possui cerca de 15% de proteínas com alto teor biológico (aquelas com todos os aminoácidos essenciais que o corpo não produz). De acordo com estudos, ela se compara com a proteína do leite.
É fonte de cálcio biodisponível (melhor absorção no organismo), o que não acontece com outros tipos de vegetais. Além de ser fonte de fibras, zinco, fósforo e outros nutrientes.
Não contém glúten, sendo uma excelente opção para os celíacos (pessoas com intolerância ao glúten). Quase não tem gosto, o que é muito bom, pois a farinha pode ser usada em várias misturas sem comprometer o sabor das preparações.
Atualmente é comercializado em flocos naturais, semelhante aos flocos da aveia, pode ser consumido com frutas e iogurte, como ingrediente para preparação de pães, bolos, doces, sopas, vitaminas e também pode ser consumido como pipoca.
A cada dia vem sendo pesquisado seu emprego como matéria-prima em alimentos consumidos habitualmente pela população.
Muitas pesquisas realizadas, tanto no Brasil e em todo o mundo, veem mostrando o potencial do amaranto na redução dos níveis de colesterol no sangue. Vários componentes presentes podem atuar neste efeito, como o óleo, a fibra, a proteína e as substâncias antioxidantes. Uma delas foi realizada por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, que utilizaram as sementes e reduziram o colesterol de animais de laboratório.
Há mais de 60 espécies de amaranto. Um deles já é estudado por pesquisadores da Unicamp há mais de oito anos. E os estudos já descobriram que na composição química, o amaranto se assemelha a uma combinação muito conhecida pelo o brasileiro... O arroz com feijão.
Ele tem a proteína, na concentração de 14% (no feijão são 23%). Do arroz, ele tem os aminoácidos. Moléculas orgânicas que não são fabricados pelo nosso organismo e essenciais para o nosso corpo.
As pesquisas revelaram ainda que o amaranto é um alimento funcional. Os pesquisadores usaram os grãos na dieta de voluntários que apresentam, pelo menos, três fatores de risco à saúde. Todos tinham elevação da pressão arterial, colesterol e resistência à insulina. Eles passaram a consumir 30 gramas do grão por dia.
No fim de um mês, todos apresentaram redução nos índices medidos e também apresentaram melhora no funcionamento do intestino.

Desejo às minhas leitoras uma ótima semana!!

Um comentário:

  1. amei esta descoberta ,comprei um pão com castanha-do-pará e quinoa muito bom por isso fiz esta pesquisa

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